26 de out. de 2011

Onde o cuidado se dá

Cuidar. Recentemente, tive uma experiência única de estar na troca com alguém, que me revelou um lugar conhecido de berço. Posso dizer que hoje a clareza habitou melhor em mim, e eu pude olhar para este cuidado que este alguém me ofereceu de uma nova forma, com mais profundidade, eu acho. Sabe aquele lugar em que vc fala, e o outro não te escuta? Parece que o roteiro do encontro já estava escrito, e você só entrou nele para participar desta configuração já montada e definida. Esta foi a sensação neste encontro com este alguém. A pessoa fazia coisas, falava coisas, e nada que eu falasse ou que eu sentisse parecia chegar do lado de lá, no outro.

Uma sensação de impotência me veio no corpo, quando a outra pessoa revelou-se em outros tons. Veio, neste momento, sua caraterística certeira de ações e opiniões, era a onda de imposição que atravessava aquele encontro. Foi estranho estar ali, de novo, agora adulta. Estar ali sem ser ouvida e receber tantas informações e direcionamentos. A imposição é uma coisa.

Depois do encontro, fiquei reverberando aquilo de um jeito que, sei lá, não sabia se era irritação, pena, aceitação. Sabia que tinha me afetado bastante. Ainda não tenho respostas. Mas surgiram perguntas, boas perguntas como diz uma amiga: Como é estar em contato com este cuidado que impõe, onde não há escuta, troca de amor? O que move em mim neste encontro? Como é mover em mim este cuidado imposto? Porque uma coisa eu vi, é um cuidado, imposto sim, sem troca sim, mas quem oferece, por incrível que pareça, coloca-se no lugar de mover o cuidado que é possível nela e oferecer os frutos desta investigação ao outro. No caso, a mim. Ai, gente... muita coisa. Espero que a gente possa mover estes mundos internos cada vez mais.

Namaste.

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