15 de mar. de 2011

Os oito versos que transformam a mente

1. Com a determinação de alcançar
o bem supremo em benefício de todos os seres sencientes,
mais preciosos do que uma jóia mágica que realiza desejos,
vou aprender a prezá-los e estimá-los no mais alto grau.

2. Sempre que estiver na companhia de outras pessoas, vou aprender
a pensar em minha pessoa como a mais insignificante dentre elas,
e, com todo respeito, considerá-las supremas,
do fundo do meu coração.

3. Em todos os meus atos, vou aprender a examinar a minha mente
e, sempre que surgir uma emoção negativa,
pondo em risco a mim mesmo e aos outros,
vou, com firmeza, enfrentá-la e evitá-la.

4. Vou prezar os seres que têm natureza perversa
e aqueles sobre os quais pesam fortes negatividades e sofrimentos,
como se eu tivesse encontrado um tesouro precioso,
muito difícil de achar.

5. Quando os outros, por inveja, maltratarem a minha pessoa,
ou a insultarem e caluniarem,
vou aprender a aceitar a derrota,
e a eles oferecer a vitória.

6. Quando alguém a quem ajudei com grande esperança
magoar ou ferir a minha pessoa, mesmo sem motivo,
vou aprender a ver essa outra pessoa
como um excelente guia espiritual.

7. Em suma, vou aprender a oferecer a todos, sem exceção,
toda a ajuda e felicidade, por meios diretos e indiretos,
e a tomar sobre mim, em sigilo,
todos os males e sofrimentos daqueles que foram minhas mães.

8. Vou aprender a manter estas práticas
isentas das máculas das oito preocupações mundanas,
e, ao compreender todos os fenômenos como ilusórios,
serei libertado da escravidão do apego.

As oito preocupações mundanas são:

1. Desejar elogios
2. Rejeitar críticas
3. Desejar o prazer
4. Rejeitar a dor
5. Desejar o ganho
6. Rejeitar a perda
7. Desejar a fama
8. Rejeitar ser ignorado

Esse texto foi ensinado por S.S. o Dalai Lama, no Brasil, em abril de 2006, no templo Zu Lai, em Cotia (SP).

8 de mar. de 2011

Amo-te















"Ao dizerdes a alguém 'amo-te', ou o dizes indiferentemente, sem sinceridade - ou o dizes com intensidade, com ardor; e se a outra pessoa se mostra indiferente, não há então comunhão entre ambos. Só é possível a comunhão quando ambas as partes se mostram igualmente 'intensas', e não indiferentes ou reservadas. Quando um e outro dão generosamente, isso produz uma extraordinária 'intensidade'; já não há 'um que dá e outro que recebe'."

A libertação dos condicionamentos, de J. Krishnamurti (Ed. I.C.K.) 

Um mundo novo















"Só quando livre, realmente livre, uma pessoa é capaz de aprender; ela é, então, ao mesmo tempo instrutor e discípulo. (...) Isso só se torna possível quando se percebe a importância de vermos, de observarmos, por nós mesmos, as coisas tais como são. Em geral, estamos pouco cientes de nosso interior. Não sei se já observastes as pessoas que estão sempre a falar de si; da posição que a si próprias atribuem na vida: 'Eu, em primeiro lugar; tudo o mais é secundário'. Para que possa haver cooperação, comunhão e comunicação entre nós, é claro que tem de desaparecer essa barreira - 'Primeiro eu, e tudo mais é secundário'. O 'eu' assume desmedida importância e se manifesta de inúmeras maneiras. Eis porque se tornam perigosas as organizações, embora tenhamos necessidade de organização. Os que se acham à testa de uma organização ou empunham o poder da organização se tornam gradualmente a fonte da 'autoridade'. E com tais pessoas é impossível cooperar, comungar."

"Nós temos de criar um mundo novo. Isto não são meras palavras, uma mera idéia: temos realmente de criar um mundo totalmente diferente, onde, como entes humanos, não vivamos a batalhar uns contra os outros e a entredestruir-nos; onde um indivíduo não domine outro com suas idéias ou seu saber; onde cada ente humano seja realmente, e não teoricamente, livre. Porque só nessa liberdade se pode estabelecer a ordem no mundo. Vamos, pois, se possível, desembaraçar-nos da rede que tecemos em redor de nós mesmos, a qual impede a cooperação, a qual nos separa e cria tanta ansiedade, e tristeza, e isolamento."

A libertação dos condicionamentos, de J. Krishnamurti (Ed. I.C.K.)