18 de nov. de 2011

A dança da alma

Eu já vi algumas vezes este vídeo (abaixo), com essa criança linda, foférrima e talentosa, que canta com o pai. E sempre me bate a mesma ideia, as mesmas ideias. São muitas, porque é muito intenso ver toda essa naturalidade, essa autenticidade, que vive em cada um de nós, desde bem pequenos, e que, de alguma forma, muitas vezes, fica escondida lá no fundo, quase esquecida.

É, a gente é assim. Nossa, dá até para esquecer. Esquecer que a gente pode rir de verdade e não fingir que está rindo para compor uma cena, agradar alguém ou ficar bem na foto. Rir, brincar, gritar, cantar, dançar, como se fosse o único momento, o momento único - este aqui e agora que pega e me arrebata de vez.

Eu sinto nesse vídeo que ela está ali mesmo, sem pensar no que deveria ter feito ou tem que fazer, sem se preocupar se está desafinando ou poderia cantar melhor. A expressão dela é o que é, simplesmente autoral e natural (a rima é contagiante, rs). Como todo o Ser vibra com esses momentos, a perfeita e justa expressão de cada um.

Que a gente possa estar atento às nossas verdades corporais, sentimentais e em todos os gestos, palavras e sentidos. Que a gente possa viver tão intensamente o nosso pulsar que todo nosso corpo vibre junto, num devir alucinante, alucinógeno, cheio de magia e pura alegria inebriante. Ai, a dança da alma.... ela está sempre por vir. E sempre presente. Namaste. 

17 de nov. de 2011

As árvores pelo caminho

Ando bastante pelo Rio. De um ano para cá, um dos meus maiores prazeres é flanar por aí, sem destino. Logo num dos primeiros percursos aleatórios que fiz, dei de cara com a Lagoa Rodrigo de Freitas e fiquei boba. Nossa, como é lindo tudo isso. Depois fui me colocando alguns desafios pela frente, nada a ver com contagem de kms ou coisa assim. Mas comecei a ter vontade de simplesmente sair mais cedo de casa (digo, antes do compromisso para onde iria) e chegar até o lugar marcado com meus próprios pés, por mim mesma. Gente, é muito legal essa brincadeira, porque isso foi me dando um sensação de liberdade, independência e tudo numa curtição do percurso. Uns mais complexos, tipo atravessar toda a Voluntários da Pátria, numa certa velocidade (ainda sem correr) e não esbarrar nas pessoas (as calçadas de Botafogo são muito estreitas!) e outros mais discretos, pequenas tarefas do cotidiano.

Depois de um tempo de experimento andarilho, aceitei um convite para trabalhar no Centro do Rio, daí acabei sucumbindo ao ônibus - já sei... seria uma boa chance de testar minha liberdade por alguns kms a mais... Pois é, eu fraquejei, rs. Coisa boa ou não, foi assim que eu descobri outro enquadramento para o meu olhar. Pela janela do ônibus, eu me encanto a cada dia com aquela Enseada de Botafogo, seus morros e... as árvores. Pronto, cheguei nas lindas e maravilhosas, majestosas árvores.

Nossa, é de arrepiar como elas se expressam, se manifestam com tamanha sabedoria e beleza. Eu fico tão apaixonada por elas que, às vezes, parece que elas falam. Por exemplo, logo quando você entra na Enseada de Botafogo, depois do mergulhão que sai de Copacabana e entra na descida do viaduto, você olha para direita, que (ainda antes de descer) você vai ver uma baita árvore, lindíssima, com aquele prédio empresarial ao fundo. Nossa, para mim, é como se ela usasse dreadlocks - aqueles galhos gordos, cheios de folhas, puxam na minha memória os conhecidos e famosos cachos estilosos do mundo rastafari. Acho engraçado porque ela se impõe ao olhar com uma presença que marca a retina. Quando chove muito, eu me pergunto como ela vai dar conta de tanta água e não se embebedar com ela, escoar tudo.

Adiante, pela Enseada e depois pelo Aterro, as árvores se revezam na disputa pelo primeiro plano, segundo, terceiro, até o infinito. Um espetáculo, evoé, que chama meu olhar todos os dias e ensina que, mesmo, não há discriminação. Uma aula de como não há comparação, o mais belo, o mais feio, as dualidades ou os velhos pares de opostos. Elas simplesmente carregam, cada uma em si, a beleza da criação, sem diferenças. Evoé, mais uma vez!



14 de nov. de 2011

Para saudar as senhoras das águas

Oxum e Iemanjá, as rainhas da água doce e do mar, respectivamente, que possamos sempre agradecer tantas alegrias, carinhos e energias de mãe. Que vocês estejam sempre presentes dentro e fora de cada um de nós.
Vamos mantrar por vocês...

Este em iourubá, cantando para Iemanjá...

E a louvação para Oxum, pela voz de Maria Bethania: